quarta-feira, 25 de abril de 2007

Goiandira do Couto - Artista Plástica de Goiás

 Goiandira Ayres do Couto


Minha História


        Goiandira Ayres do Couto é goiana de Catalão. Filha mais velha de doze irmãos, nasceu em 12 de setembro de 1915. Mudou-se para a cidade de Goiás aos 6 anos de idade. Cresceu rodeada pelos livros e o talento do pai, Luís de Oliveira Couto, poeta, advogado e historiador, e pela sensibilidade, pincéis e telas de sua mae, Maria Ayres do Couto, que também era pintora.


        Goiandira começou a pintar ainda menina. Aos 16 anos recebe a primeira premiação. Aos 18 realiza a primeira coletiva de pinturas a óleo sobre tela. Aos 52 anos começa a pintar com as areias da Serra Dourada, técnica única e exclusiva que a torna reconhecida internacionalmente.





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Técnica


A pintura de Goiandira do Couto está dividida em duas fases distintas: a primeira - fase do óleo - vai de 1933 a 1967, e o início de sua segunda fase, em 1968 - a fase de pintura com areia - tornou-a internacionalmente conhecida.
Goiandira trabalha com 551 tonalidades de cores diferentes de areias (cor natural), o que pode ser verificado em seu atelier.

Até então jamais lhe ocorrera usar as areias coloridas como elemento pictórico. Mas na manhã desse dia, sem outra explicaçao que a de ordem espiritual, sobrenatural, a pintora ouviu claramente uma voz que lhe determinou: "faça uma casa com areia". 

Mais surpresa do que assustada, a pintora começou a perguntar-se: "Mas, como?".
Poucas horas mais tarde, sobre uma lâmina de duratex embasado a óleo branco, seguindo linhas-guia e detalhando de improviso, surgia diante de seus próprios olhos a sua primeira tela pintada com areia.


Técnica difícil de ser explicada e mais difícil ainda de ser aprendida. O grande segredo reside exatamente na maneira de como os seus dedos vão semeando os grãos de areia, a sensibilidade escolhendo e dosando cores e tudo se transformando em luz e sombra, em formas e dimensoes, arte e beleza.


Atualmente, Goiandira tem em sua casa mais de quinhentas tonalidades de cores diferentes de areias, e ela garante que caso precise de mais tons não terá medo de subir a Serra Dourada.







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Uma Breve História da Formação do Estado do Acre

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O Acre (AC) é um dos menores estados brasileiros (o menor é Sergipe -SE), ocupa uma área de 152.581,4 km2. O nome do Estado deriva do nome Aquiri, ou Uaquiri, que significa "rio dos jacarés" na língua nativa dos índios Apurinã, seus habitantes originais. Localiza-se na Amazônia Ocidental. Em 2005 a população, segundo o IBGE, não chegava a 700 mil habitantes.

Uma breve história da luta acreana

O Acre é hoje um estado multiétnico. Sua população é constituída por descendentes de todas as raças que historicamente formaram a sociedade brasileira. Ainda possui 14 etnias indígenas reconhecidas e organizadas, além de grupos de índios isolados dentro da floresta vivendo como há cinco mil anos. Esta sociedade multifacetada apresenta, entretanto, uma intensa identificação sócio-cultural. O sentimento de ser acreano é muito mais amplo que as fronteiras desse pequeno estado situado no extremo ocidental da Amazônia brasileira.

Esta característica, facilmente percebida por qualquer pessoa que conheça o Acre, é ainda mais surpreendente ao pensarmos que esta identidade histórica e cultural do povo acreano tem apenas 100 anos de reconhecimento. Um século apenas, breve, mas intenso o suficiente para forjar um povo consciente e orgulhoso de suas raízes. Alguma coisa deve haver de especial nesse lugar que criou as condições para que tivéssemos homens como Wilson Pinheiro e Chico Mendes. E a compreensão do que se passou no Acre nos anos 70 e 80 culminando com o assassinato de Chico Mendes não pode ser completa sem consciência da gênese desse povo e de sua trajetória histórica.

A luta com o meio

O povoamento do Acre, como de boa parte da Amazônia, foi feito sob o signo da malignidade do meio ambiente. Os exploradores europeus, já escolados por muitos séculos de expedições por todas as partes do planeta, eram os primeiros a anunciar o caráter maléfico da umidade, da imensa quantidade de insetos, da insalubridade geral das florestas tropicais. Principalmente a maior de todas, a Amazônia. No ambiente amazônico tudo é grande e farto; porque haveria de ser diferente com relação as suas febres e endemias?

Por isso, quando os primeiros nordestinos começaram a afluir para a Amazônia - e especialmente para o Acre - as notícias eram aterradoras. Os retirantes que fugiam da secas do sertão iam pelo caminho sendo assombrados pelas histórias de fome, do impaludismo (hoje mais conhecido como malária), do beri-beri e das feridas brabas que nunca saravam.

A terra do ouro negro, das terras inesgotáveis e inexploradas, das árvores fartas em um leite que valia como ouro e da fortuna rápida, logo se transformava diante dos olhos incrédulos dos imigrantes nordestinos, gaúchos, cariocas, espanhóis, italianos e sírio-libaneses em terrível “inferno verde”, devorador de almas.

Porém, para boa parte desses homens não havia retorno possível. Para os fugitivos da Guerra de Canudos, para os rebelados dos pampas gaúchos, para os tangidos pela seca, para os repudiados de toda sorte, não havia outro caminho possível senão a floresta que a todos acolhia e escondia. A única opção era mesmo encarar a solidão das colocações de seringa, dias e dias internados mata adentro, ou a falta de leis e de condições para o seu cumprimento nos raros povoados espalhados ao longo dos rios.

Seria necessário que uma figura de renome nacional como Euclides da Cunha, viesse ao Acre (em 1905) para desmentir os mitos sobre o clima e o meio amazônico. Através de artigos como “Um clima caluniado” e “Rios em abandono” - depois reunidos no livro “À margem da história” - Euclides deixou claro que a raiz dos males que afligiam a população espalhada ao longo dos rios acreanos não era o meio ambiente, mas as condições de transporte e de trabalho que matavam anualmente milhares de homens. Os vapores circulavam levando e trazendo gentes, mercadorias, animais e produtos do extrativismo florestal em total promiscuidade, sem a menor preocupação com a higiene e a saúde dos passageiros. A alimentação, tanto nessas embarcações como nos próprios seringais, era a pior possível. E o trabalho imposto aos seringueiros nos primeiros tempos era sobre-humano.

Apesar de tantos obstáculos, reais ou imaginários, há pouco mais de um século o povoamento do Acre se realizou e conseguiu fixar uma sociedade que vivia da e na floresta, longe dos mitos da insalubridade, descobrindo modos e estratégias para desfrutar de uma vida saudável em plena Amazônia. Isso aconteceu há apenas cento e vinte anos.

A luta com os outros

“ Terras incontestavelmente bolivianas”. Assim se expressavam as autoridades brasileiras sobre as terras ao sul da linha oblíqua imaginária que, desde o Tratado de Ayacucho (1867), marcava a fronteira entre o Brasil e a Bolívia. Enquanto não houve ocupação efetiva da terra estava tudo bem, mas tão logo o mercado internacional demandou maior produção de borracha e a região foi povoada, a questão das fronteiras se tornou um grave conflito entre nacionalidades.

A partir de 1880 grandes levas de imigrantes nordestinos penetraram livremente naqueles territórios sem dono e sem lei. Os rios Purus e Juruá, como afluentes do rio Amazonas, davam acesso direto aos vapores provenientes de Belém e Manaus, trazendo milhares de brasileiros e levando toneladas de borracha. Já os bolivianos possuíam contra eles a direção de seus rios mais explorados que levavam para o rio Madeira e não para as terras acreanas, caminhos que passavam por grupos indígenas Pano muito aguerridos na defesa de seu território e uma sociedade andina que apresentava grandes dificuldades de povoamento na planície amazônica.

Ao surgirem as primeiras proclamações bolivianas de posse do Acre, em 1895, os brasileiros já estavam ali situados há pelo menos 15 anos. Com grandes e produtivos seringais que comerciavam sua borracha com as casas aviadoras de Manaus e Belém e através destas, com os centros consumidores na Inglaterra, França, Alemanha, Holanda e Estados Unidos. O povoamento brasileiro dos altos rios Purus e Juruá era já um fato consumado.

Ainda assim, mal se iniciava o ano de 1899, quando o governo da Bolívia tentou uma cartada decisiva: ocupar militarmente o rio Acre enquanto negociava um contrato de arrendamento com capitalistas europeus e norte-americanos interessados na exploração da borracha da região. Entretanto, a ocupação do Acre não seria tão fácil.

Logo, alguns brasileiros revoltados contra as duras medidas alfandegárias dos bolivianos decidiram contestar a administração estrangeira daquele território povoado por brasileiros. Assim, sem nenhum aviso, já em maio de 1899, ocorria a Primeira Insurreição Acreana, quando os bolivianos foram pela primeira vez expulsos de Puerto Alonso, o povoado que eles mesmos haviam fundado nas margens do rio Acre.

Enquanto isso tudo se dava, Luiz Galvez - espanhol de nascimento, mas cidadão do mundo por vocação - partia de Manaus para o Acre. Galvez levava o apoio velado do governo amazonense já que o governo brasileiro exigia o fim dos conflitos no Acre e a devolução do território aos bolivianos. E foi durante o encontro dos seringalistas do Acre com Galvez que surgiu uma solução para o impasse em que estavam metidos os revoltosos.

Com a palavra de ordem: “Já que nossa pátria não nos quer, criamos outra” Galvez e os brasileiros da região proclamaram criado o “Estado Independente do Acre”. Uma republica da borracha fundada no dia 14 de julho de 1899, de forma a reverenciar a Revolução Francesa que 110 anos antes havia estabelecido os princípios da liberdade, igualdade e fraternidade fundamentais para a formação da cidadania burguesa contemporânea.

Foram oito meses de governo do Presidente Galvez. Meses nos quais se tentou organizar escolas, estabelecer normas de saúde e instituir uma legislação de exploração racional da borracha adaptada às condições ambientais locais. Oito meses de ordem em uma região que nunca havia conhecido a mínima organização política ou administrativa. Um Estado Independente cujo maior objetivo era se libertar do domínio boliviano para ser anexado ao Brasil.

Entretanto, o presidente Campos Sales estava mais preocupado com o funding loan, com a política dos governadores e com o apoio da oligarquia cafeeira do que com a sorte dos brasileiros da longínqua Amazônia ocidental. Assim, já em março de 1900, chegavam ao Acre três navios da marinha brasileira para prender Galvez e devolver aquelas terras à Bolívia. Ainda que os jornais das principais cidades brasileiras não se cansassem de denunciar o inteiro absurdo da situação.

Mas, mesmo com o apoio do governo brasileiro, as autoridades bolivianas não conseguiram pacificar a região. Os “revolucionários” brasileiros se mantiveram mobilizados e em constante atitude de confronto. O Governo do Amazonas, mesmo contra a vontade federal, continuava apoiando a luta acreana e chegou a financiar a famosa “Expedição dos Poetas”, poderosa em ideais e frágil em combate, cujo maior resultado foi ter mantido viva a luta contra a dominação boliviana.

Até que, nos primeiros meses de 1902, a notícia da constituição do Bolivian Syndicate desabou sobre a opinião pública nacional. Essa companhia comercial de capital anglo-americano estava arrendando o Acre pelo prazo de vinte anos com amplos poderes territoriais, militares e alfandegários. Seu contrato com a Bolívia implicava também na livre navegação internacional dos rios amazônicos e feria frontalmente a soberania brasileira sobre a Amazônia.

Enquanto o governo federal era sacudido de sua letargia pelo clamor nacional, os brasileiros do Acre mantinham a resistência armada contra os bolivianos. A notícia do Bolivian Syndicate precipitou os acontecimentos que se configuraram como uma verdadeira guerra.

De um lado o exército regular da Bolívia entrincheirado em alguns pontos estratégicos do rio Acre. De outro um exército de seringalistas e seringueiros organizados pelo ex-militar Plácido de Castro. Uma guerra que foi conflagrada no Xapuri, em agosto de 1902, e só foi concluída seis meses depois em Puerto Alonso com um saldo de quinhentos mortos em uma população de dez mil indivíduos.

Os brasileiros do Acre mais uma vez haviam expulsado os bolivianos e proclamado o Estado Independente do Acre como forma de obrigar o governo federal a considerar a região como litigiosa. E tamanha foi a pressão nacional que Rodrigues Alves, recém instalado no cargo de presidente, teve que reverter a posição oficial brasileira estabelecendo negociações que culminaram com a assinatura do Tratado de Petrópolis e anexaram o Acre ao Brasil em novembro de 1903.

Finalmente, depois de quatro anos de resistência armada, o Acre passou a fazer parte do Brasil e os brasileiros do Acre conquistaram o direito de se autodenominar acreanos. Isso aconteceu há apenas um século.

A luta com os mesmos

O governo do Amazonas esperava que as ricas terras acreanas lhe fossem concedidas depois de anexadas ao Brasil. Afinal de contas o Amazonas havia investido grandes somas na Revolução Acreana em suas diferentes etapas. Mas os acreanos haviam arriscado não só terras e fortunas, como suas próprias vidas nas trincheiras e varadouros da guerra contra os bolivianos. Era justo então esperar que o Acre se tornasse o mais novo estado da federação brasileira e seus cidadãos pudessem usufruir os mesmos direitos políticos básicos de qualquer brasileiro.

Contra todas as expectativas, o governo federal decidiu não atender a ninguém, senão a seus próprios interesses. No principio de 1904, o Acre se tornou o primeiro Território Federal da história brasileira. Exemplo de um novo sistema político-administrativo, não previsto na Constituição, que estabelecia que o Acre seria administrado diretamente pela Presidência da Republica, a quem caberia nomear seus governantes e arrecadar impostos.

Para justificar sua atitude o governo federal alegou que precisaria recuperar o capital utilizado para afastar o Bolivian Syndicate das negociações de limites. Também precisava cumprir as clausulas previstas no Tratado de Petrópolis: indenização de dois milhões de libras esterlinas e a construção da ferrovia Madeira-Mamoré. Por isso, toda a estupenda arrecadação de impostos sobre a borracha acreana teria que ser canalizada para os cofres da União.

O resultado imediato da surpreendente medida do governo brasileiro foi que a sociedade acreana passou a uma condição de tutela e dependência do poder executivo federal sem precedentes na história brasileira.

Como Território, o Acre não teria direito a uma Constituição própria como os outros estados federados; não poderia arrecadar seus impostos, dependendo dos repasses orçamentários do governo federal – que eram sempre infinitamente inferiores às necessidades de uma região onde tudo estava por fazer – e sua população não poderia votar para as funções executivas ou legislativas (que sequer existiam) na região.

Portanto, os acreanos que haviam conquistado pelas armas o direito de serem brasileiros, ao alcançar a vitória foram condenados a serem cidadãos de segunda categoria em seu próprio país. Enquanto isso o Presidente da Republica - de seu gabinete no Rio de Janeiro a mais de quatro mil quilômetros de distancia dos problemas acreanos - nomeava sucessivamente militares, magistrados ou políticos derrotados para governar o Território Federal do Acre.

Começava assim uma nova etapa de lutas da sociedade acreana. Agora não mais contra os estrangeiros, mas contra o governo de seu próprio país. Pois logo se perceberia que das fabulosas somas arrecadadas sobre a exportação de borracha e sobre a importação de mercadorias para abastecer os seringais, o governo federal mandava apenas uma pequena parte para a administração do Território, onde não havia escolas, hospitais ou quaisquer outras estruturas públicas. Além disso, os governantes nomeados para o Acre não possuíam o menor compromisso com aquela sociedade, aproveitando as verbas públicas em proveito próprio e afastando os acreanos do exercício de cargos políticos ou administrativos. A situação era agravada ainda pela distancia e isolamento das cidades acreanas e pela ineficiência do poder judiciário.

A autonomia política do Acre tornava-se então a nova e necessária bandeira de luta do povo acreano. Na verdade, era uma aspiração muito simples: a transformação imediata do Território Federal do Acre em Estado autônomo da federação brasileira. E para lutar por essa causa começaram a ser fundados clubes políticos e organizações de proprietários e/ou de trabalhadores em diversas cidades como Xapuri, Rio Branco e Cruzeiro do Sul.

Em poucos anos a situação social acreana se agravaria muito. Não bastasse a concorrência da borracha que começava a ser produzida no sudeste asiático, a partir de sementes amazônicas contrabandeadas pelos ingleses, os desmandos cometidos pelos governantes nomeados para o Acre obrigaram a sociedade a reagir.

A radicalização dos conflitos logo produziria novas cicatrizes no tecido social acreano. Plácido de Castro, um dos líderes da oposição ao governo federal, foi assassinado (ainda em 1908) numa emboscada que todos sabiam de antemão que iria ocorrer. Em Cruzeiro do Sul, em 1910, a primeira revolta autonomista depôs o Prefeito Departamental do Alto Juruá, proclamando a criação do Estado do Acre. Cem dias depois, tropas federais atacaram os revoltosos e restabeleceram a “ordem” e a tutela. Sena Madureira em 1912 e Rio Branco em 1918 também conheceram revoltas autonomistas que foram igualmente sufocadas à força pelo governo brasileiro.

A sociedade acreana viveu então um dos períodos mais difíceis da sua história. Os anos 20 foram marcados pela completa decadência econômica provocada pela queda dos preços internacionais da borracha graças à produção infinitamente mais barata dos seringais de cultivo asiáticos. Os seringais acreanos entraram em falência, uma boa parte dos seringueiros começou a voltar para suas regiões de origem e a desesperança geral transformou o Acre num “igapó de almas” segundo a descrição de Océlio de Medeiros no livro “A Represa”. Toda a imensa riqueza acumulada durante os anos áureos da borracha amazônica havia sido drenada para os cofres federais relegando o Acre ao completo abandono oficial.

Era tempo de se buscar novas formas de organização social e de encontrar novos produtos que pudessem substituir a borracha no comércio internacional. Os seringais se transformaram em unidades produtivas mais complexas. Teve início a pratica de uma agricultura de subsistência que diminuía a dependência de produtos importados, uma intensificação da colheita e exportação da castanha e o crescimento do comércio de “peles de fantasia”, como era chamado então o couro de animais silvestres da fauna amazônica. Começavam assim, impulsionadas pela necessidade, as primeiras experiências de manejo dos recursos florestais acreanos.

Além disso, a escassez da mão de obra nordestina levou ao emprego crescente das comunidades indígenas remanescentes nos seringais e os comerciantes sírio-libaneses substituíram as casas aviadoras de Belém e Manaus na função de abastecer os barracões e manter ativos os seringais acreanos. Entretanto, a situação de tutela política sobre a sociedade acreana se mantinha inalterada.

Nem mesmo o novo período de prosperidade da borracha, provocado pela Segunda Guerra Mundial, foi capaz de modificar esse quadro. Durante três anos (1942-1945) a “Batalha da Borracha” trouxe milhares de famílias nordestinas para o Acre, repovoando e enriquecendo novamente os seringais.

Essa melhoria do contexto econômico fez com que os anseios autonomistas ganhassem nova força. Mas os acreanos teriam que esperar ainda quase vinte anos para ver sua antiga aspiração de autonomia política ser realizada. Só em 1962, os acreanos conseguiram através de uma longa batalha legislativa transformar o Território em Estado.

O Acre, que havia sido o primeiro Território Federal de nossa história, foi também o primeiro a ser “elevado” à categoria de estado, já que o governo brasileiro havia estendido o sistema territorial a outras regiões (talvez não por coincidência sempre na Amazônia: Rondônia, Amapá, Roraima).

Foram 58 anos de resistência, entre 1904 e 1962, até que o movimento autonomista finalmente conquistasse para os acreanos os mesmos direitos básicos e essenciais de qualquer cidadão brasileiro. Pela primeira vez na história os acreanos poderiam exercer plenamente sua cidadania. Isso aconteceu há apenas quarenta anos.

Terras Indígenas

A população indígena do Acre é bastante diversificada e composta por etnias do tronco lingüístico Aruak, tradicional da região amazônica, e do tronco lingüístico Pano, originário da região andina. Estes últimos migraram para a bacia amazônica após sucessivos confrontos com os invasores espanhóis que invadiam suas terras a partir do Oceano Pacífico. Essas etnias representadas pelos povos Kaxinawá, Yawanawá, Katukina, Jaminawa, Kulina, Ashaninka, Nukini, Poyanawa, Manchineri, Arara, Apurinã, Kaxarari, índios isolados e outros que transitam pela região de fronteira com o Peru, representam aproximadamente 14.451 indivíduos. Estes vivem em cerca de 146 aldeias espalhadas por diversas Terras Indígenas. Estas terras, com uma extensão de 2.234.265 hectares, cobrem 13,61% do território acreano. Os povos indígenas representam a diversidade e a riqueza da cultura amazônica tradicional. Suas práticas culturais incluem um conhecimento complexo e detalhado da diversidade biológica amazônica, como atestam o uso tradicional da “ayahuasca”, da vacina do sapo “kampô”e muitas outras.

Um Pouco da História do Estado de Goiás - Até 1770

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O nome do estado origina-se da denominação da tribo indígena guaiás, que por corruptela se tornou Goiás. Vem do termo tupi gwa ya que quer dizer indivíduo igual, gente semelhante, da mesma raça.

Os Bandeirantes chegam a Goiás

A assinatura do Tratado entre Portugal e Espanha sob a bênção papal motivou a criação de vários grupos de pessoas interessadas em descobrir terras novas e principalmente metais preciosos. As Bandeiras foram formadas principalmente por particulares atraídos pelas benesses oferecidas pelo rei de Portugal. Dentre as expedições organizadas, destaca-se a que foi chefiada por Sebastião Marinho em 1.592 – um século após o descobrimento da América. O domínio de Portugal pela Espanha em 1.580 deixou o Tratado de Tordesilhas sem efeito e, com isso, os portugueses puderam expandir seu domínio muito além dos limites descritos pelo referido tratado que tinha uma linha imaginária cortando uma região denominada “Sertão dos Gentios Goiá”.
Documentos antigos relatam a existência de ouro no Centro Oeste do Brasil. Em várias partes do mundo existem documentos relatando a existência de um Eldorado no interior da Ilha de Santa Cruz. Falam de Atlântida, o continente perdido, matas e rios além-mar. “O caminho do Eldorado era uma teoria renascentista, de origem fenícia, que apoiava a tese de que ouro aflora num grande veio seguindo um largo caminho paralelo ao Equador”.
Durante o período colonial o Brasil era dividido em Capitanias. Elas eram hereditárias no início. Mais tarde passaram a ser administradas por representantes do rei de Portugal. Os administradores das capitanias recebiam o título de conde. Goiás pertencia à Capitania de São Paulo. Quem se aventurasse a formar uma expedição em busca de minas e outras riquezas recebiam o título de Guarda-mor e eram obrigados a entregar “UM QUINTO” de sua produção dos minérios à Fazenda Real.
Bartolomeu Bueno, o Anhanguera (fantasma em Tupy Guarani), chegou às cabeceiras do Tocantins em 1683. Fazia parte da expedição seu filho Bartolomeu Bueno da Silva, com apenas 12 anos de idade. Com a morte do pai, o filho acabou herdando o direito de continuar explorando as minas já demarcadas nas terras dos índios Goiá. Foi assim que organizou uma nova expedição no ano de 1722. Por ter encontrado muitas minas acabou sendo nomeado pelo conde da Capitania de São Paulo como Superintendente das Minas de Goiás. Como Superintendente ele nomeou vários guardas-mores para as diversas minas. Foi assim que nomeou Antônio de Oliveira Costa como guarda-mor das Minas de Meia Ponte.Nas igrejas e nas casas já não se falava mais em páscoa. O tempo era propício às aventuras por terras desconhecidas e pouco tocadas pelos homens. Era uma madrugada fria do outono quando os integrantes da expedição chegaram às portas da residência de Rodrigo César de Menezes, governador e Capitão General da Capitania de São Paulo. A expedição comandada por Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera (filho), contava com mais de uma centena de homens, quarenta cavalos de reservas carregados de mantimentos e muitas armas. Fizeram parte da expedição dois religiosos: o frei Cosme e o frei George.
Bartolomeu Bueno da Silva já conhecia as terras das Minas de Goiás uma vez que ele participou da expedição comandada pelo seu pai Bartolomeu Bueno em 1683, com apenas 12 anos de idade. A partida de São Paulo ocorreu no início do ano de 1722. Com pouco recursos, o chefe da expedição colocou seu genro João Leite Ortz como sócio da aventura que foi totalmente bancada pelos dois, uma vez que o governo não podia financiar essas expedições. Os aventureiros tiveram que evitar parar nas Minas Gerais, em função do acordo firmado entre o governo da Capitania de São Paulo e Minas Gerais com o governo da Capitania do Rio de Janeiro, depois do fim da Guerra dos Emboabas, quando os primeiros exploradores travaram com os paulistas que chegavam em busca de ouro daquela parte da Capitania de São Paulo, uma verdadeira batalha.
A comitiva permaneceu vários meses à procura de vestígios deixados por Bartolomeu Bueno (pai), quarenta anos antes. Ao chegar às margens do Rio Vermelho, deparou-se com algumas roças e pequenas construções deixadas pelo primeiro dos anhangueras. Foram vários anos de muito sofrimento, morte, lutas com os índios e até com bichos selvagens. Conta-se que alguns homens foram comidos por onças famintas. Os desbravadores tiveram que enfrentar enfermidades e muitas mortes causadas por doenças desconhecidas. Três anos depois, o Anhanguera (filho) retornou a São Paulo, levando consigo os mapas das minas de ouro, prata e diamante.
No ano seguinte (1.726) Bartolomeu Bueno da Silva retorna para o sertão. Agora, com mais equipamentos, gente e determinado a fundar povoados e até mesmo ficar, para sempre, nas terras das minas. Teve dificuldade para assumir o cargo de Superintendente das Minas dos Goiases, porque o governador da Capitania de São Paulo não era mais Rodrigo César, mas Caldeira Pimentel. Foi necessária a intervenção direta do rei D. João V, de Portugal, para solucionar a questão. Recebeu o título de Capitão-mor, com direito de nomear os guardas-mores para cada mina de ouro demarcada.
Ao chegar às margens do Rio Vermelho, fundou o arraial de Santana, que mais tarde passou a se chamar Vila Boa. Construiu algumas casas e a Capela de Nossa Senhora da Boa Morte. As notícias de existência de ouro em diversas partes das Minas dos Goiases motivaram a formação de dezenas de expedições de aventureiros em busca de riquezas nas novas terras. Para cá vieram novos exploradores, negros e índios que viviam no litoral da colônia.
As minas eram exploradas pelos guardas-mores que se comprometiam a pagar 20% (quinta parte) para a Fazenda Real. O serviço de extração do ouro era rudimentar. Para maior produtividades usavam o sistema de aluvião, ou seja, os garimpeiros retiravam o ouro cavando os barrancos dos rios. Essa técnica é profundamente predatória, uma vez que se destroem o ecossistema. Além da agressão à natureza, os exploradores utilizavam mão-de-obra escrava. Quando faltava negro para o trabalho, escravizavam os aborígines. Para fugir, os índios lutavam até ao quase extermínio das tribos. Foi em função dessas lutas que muitas nações indígenas quase foram extintas e algumas delas foram obrigadas a recuar para a Amazônia, deixando seus costumes para trás, uma vez que fizeram mudanças bruscas de seu ecossistema de cerrado para matas fechadas.

Até 1.749, Goyas nada significava como parte administrativa da Colônia. Apenas suas minas eram cobiçadas pelos portugueses. As Minas de Goyas eram governadas de longe pelo governador da Capitania de São Paulo, o que dificultava uma ação mais enérgica no sentido de coibir o contrabando do ouro. As Minas de Goyas eram dirigidas por um superintendente, o qual não dispunha de recursos e quase nenhuma autonomia para tomar as decisões emergenciais. A princípio, o cargo de superintendente foi ocupado por Bartolomeu Bueno, o segundo Anhanguera.
Com o crescimento da população que nos primeiros trinta anos pulou de 10 mil para 60 mil pessoas, não poderia mais ser administrada de longe. Gastava-se meses para um mensageiro sair de São Paulo até chegar às Minas de Goyas. Devido a esta dificuldade que as autoridades portuguesas (Conselho Ultramarino) decidiram criar a Capitania de Goyas. Com ela viria um governador com a mesma autonomia dos governos das demais capitanias.

Governo de D. Marcos José.
(o sexto Conde dos Arcos)
No dia 8 de novembro de 1.749, chega a Vila Boa o primeiro governador da Capitania de Goyas. Ele veio de Pernambuco, onde já havia ocupado o cargo de governador da Capitania de Pernambuco (1.745). Seu governo foi marcado pela repressão ao contrabando de ouro e pelo combate à sonegação dos impostos advindo das dezenas de minas já existentes na região. Era português de nascimento, porém já vivia há vários anos no Brasil. Era descendente de uma família com ramificação no governo português, por isso recebeu o título de Conde. Pela ordem foi o sexto CONDE DOS ARCOS.
Durante os seis anos de seu governo, fez várias viagens às mais distantes minas de ouro, dentre as quais a de Meia Ponte (hoje Pirenópolis) e de São Felix. Manteve a produção sob rígido controle, além de impor uma permanente vigia sob os rios considerados de grandes reservas de ouro. Assinou vários contratos para extração do ouro, dando autonomia aos contratadores para que pudessem impor a ordem entre os garimpeiros e principalmente no sentido de coibir a aproximação dos mineradores clandestinos. Depois de seis anos, deixa o governo da Capitania de Goyaz para assumir o cargo de Vice Rei do Brasil. No seu lugar assumiu o Conde de São Miguel (30 de agosto de 1.755). Governou até 1.759. Sua prioridade foi lutar com os índios, chegando ao quase extermínio das aldeias de Acroás e Tacriabás. Combateu os sonegadores de impostos, e principalmente os contrabandistas de ouro.
O seu ponto negativo foi a total submissão ao Governo Português. Em tudo consultava a corte e, devido à demora para obter as respostas, seu governo chegou ao final sem que nenhuma medida que tivesse marcado sua administração.

Governo de João Manoel de Melo - (1.759-1.770)
Ele criou a forca na Capitania de Goyaz
No início da existência da Capitania de Goyaz, a justiça era ainda rudimentar. Devido à impunidade se matava por banalidade. Juntando a isso, o governo não tinha controle também na sonegação e no contrabando. Era o império da desordem e, o que valia mesmo era a lei do mais forte.
Nesse quadro, assumiu o governo João Manoel de Melo, que promoveu uma devassa na administração anterior. Visitou as principais minas, inclusive as mais distantes como é o caso das Minas de São Félix.
João Manoel de Melo enviou ao rei de Portugal um relatório da precariedade da Capitania de Goyaz. Dentre as autorizações que o novo Governador conseguiu com as autoridades portuguesas, consta a implantação da forca, para barrar a bandidagem que tomava conta da Capitania. Poucos meses depois de instaurada a pena capital, com dezenas de réus condenados a morte, várias sentenças foram executadas. Com isso, a criminalidade foi praticamente banida da Capitania e a ordem restabelecida, mesmo porque além dos criminosos, outros contraventores foram executados.
Para comandar a devassa nas contas do Governo anterior, veio, em julho de 1.762, do Rio de Janeiro, o Desembargador Manoel da Fonseca Brandão. Várias autoridades e altos funcionários foram presos, inclusive o Ouvidor Geral da Capitania e o Contratador das Entradas, João Alves Vieira. Também foram presos todos os tesoureiros que haviam servido o Governo da Capitania. Muitos dos presos foram enviados para o Presídio do Limoeiro, em Lisboa.
O Governo de João Manoel de Melo foi rico em expedições para várias partes do Território da Capitania. Essas expedições tinham por meta a procura de novas minas de ouro e reconhecimentos de terras, bem como a pacificação de várias nações indígenas. No seu Governo, socorreu a Capitania de Mato Grosso, enviando 200 homens para defender aquele governo.
Durante os onze anos em que governou a capitania de Goyaz, João Manoel de Melo, deu ênfase ao processo de consolidação do sistema administrativo da Capitania e ajudou na infra-estrutura de Vila Boa, principalmente na edificação de prédios públicos e na urbanização da Capital. João Manoel de Melo priorizou também a educação, dando os primeiros passos na abertura de escolas de alfabetização, notadamente aos filhos dos trabalhadores das minas. Foi de fato o primeiro governo a impor a ordem no território e dominando todos os setores da sociedade com sua mão de ferro. Devido ao seu exemplo de austeridade a administração, a Capitania passou a ser respeitada e com isso a arrecadação cresceu muito.

História de Goiânia

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Encravada nas montanhas e construída em solo rochoso, a cidade de Goiás, Capital do Estado, tinha de encanto o casario colonial, cujos quintais terminavam em córregos de água fresca. Nos salões da oligarquia, herdeira da riqueza criada pela exploração do ouro, falava-se tanto o francês quanto o português, as igrejas construídas por escravos ostentavam imagens barrocas pintadas a ouro, obra do escultor Veiga Valle. Mas o luxo dos livros e das sedas importadas convivia com a desesperança de uma cidade onde, nas primeiras décadas deste século, já não se construía mais do que uma casa por ano, e nas noites de luar, o lirismo das serenatas era pontuado pelos gemidos da febre, provocada pelo esgoto a céu aberto.

Já em 1.830, o Marechal de Campo Miguel Lino de Morais, segundo Presidente de Província de Goiás no Império, lançou em primeira mão, a idéia da mudança da capital goiana. Imaginou-a no norte, nas proximidades de Água Quente, consoante noticia o historiador Americano do Brasil, acrescentando que a opinião não agradou ao espírito da população da cidade. O argumento contrário à primeira vista, pareceu decisivo. Como poderia um Estado pobre, supremamente pobre, um governo sempre endividado, permitir se o luxo de construir uma nova capital? Deste ponto de vista, a construção de Goiânia podia ser qualificada de "loucura", de "catástrofe para a economia goiana", ou, simplesmente, de "ato de prepotência".

A idéia de mudança reapareceu em 1.863, prestigiada agora pelo gênio de Couto Magalhães, misto admirável de guerreiro e administrador, que a expôs em seu livro "Primeira Viagem ao Rio Araguaia". São palavras suas: "Temos decaído desde que a Indústria do ouro desapareceu. Ora, a situação de Goiás era aurífera. Hoje, porém, que está demonstrado que a criação de gado e agricultura valem mais do que quanta mina de ouro há. Continuar a capital aqui, é condenar-nos a morrer de inanição, assim como morreu a indústria que indicou a escolha deste lugar ".

Depois dele foram legisladores goianos que sustentaram, por algum tempo, acesa essa idéia. A constituição do Estado de 1.891, inclusive sua reforma de 1.898, e a de 1.918 previam taxativamente a transferência da sede do governo, havendo disposto esta última, em seu artigo 5º: "A cidade de Goiás continuará a ser a capital do estado, enquanto outra coisa não deliberar o Congresso".

SURGE O REALIZADOR

A revolução de 30 deu um idealista da mesma têmpera de Couto Magalhães a Goiás. A 22 de novembro desse ano assumiu o Governo do Estado, como interventor Federal, o médico Pedro Ludovico Teixeira. Quem era esse Homem ? Nasceu na virada do século, em 1.891, na cidade de Goiás. No Rio de Janeiro onde se formou em Medicina, tornou-se amigo de Lima Barreto e de Olavo Bilac e defendeu tese sobre a histeria, numa época em que todas as teorias de Freud eram completa novidade. De volta a Goiás, instalou sua clínica em Rio Verde, mas achava a vida monótona e caiu em melancolia. As viagens ao Rio combatiam o tédio, que ele venceu ao descobrir dois amores da vida inteira: a política e Dona Gercina Borges, com quem se casou.

Governou o estado em cinco períodos, como Interventor ou Governador eleito duas vezes. O construtor de Goiânia lutou pela construção de Brasília, defendeu as reformas sociais e o voto dos analfabetos. Foi Senador eleito em três mandatos, o último interrompido com a cassação de seus direitos políticos, em 1.968. Continuou ativo, lutando pela redemocratização do País. Pedro Ludovico faleceu em 1979.

DOAÇÃO DE TERRAS

O Tabelião de Campinas, Manuel Aranha dos Reis, registra em linguagem gongórica o gesto generoso do fazendeiro Andrelino de Morais, que doou cinqüenta alqueires de suas terras para a construção da cidade. Maria de Lourdes, filha de Andrelino, não participou da cerimônia. Com um grupo de amigas, ela percorria os barracões de madeira a procura de crianças, que ia matriculando para a futura escola que o pai já estava construindo na Vila Nova: a primeira escola da nova capital, mobiliada com carteiras importadas de São Paulo. Enquanto isso nas margens do Botafogo, Dona Maruca caprichava no tempero da comida. A pensão de Maruca era preferida dos funcionários graduados, freqüentada especialmente pelos engenheiros Abelardo e Jerônimo Coimbra Bueno, responsáveis técnicos pela construção .

Os operários, vindos de Minas, São Paulo e dos estados nordestinos, sonhavam construir um mundo novo, enquanto sentavam tijolos e levantavam o madeiramento dos telhados.A desilusão de Maria de Lourdes se fez mais rápido: seu nome não constou na lista de Professores nomeados para a nova escola.

PLANEJAMENTO DA CIDADE

O interventor, na seqüência natural das diversas fases da iniciativa, continuava a tomar providências a respeito da edificação da cidade. A 6 de julho baixou um decreto encarregando o urbanista Atílio Corrêia Lima, representante da firma carioca P. Antunes Ribeiro e Cia, da elaboração do projeto, mediante o pagamento de Cr$ 55.000,00. Formado na Suíça e na França, de onde acabara de voltar, o urbanista Armando de Godoi assina em 1.935 o plano diretor da nova capital, Um projeto estilo monumental, baseado nos mesmos princípios adotados em Versailles, Kalrsruhe e Washington. O plano tinha como referência o projeto original da cidade, idealizado em 1.933, por outro urbanista, Atílio Corrêia Lima, também autor do projeto de prédios importantes, como o Palácio das Esmeraldas. Foi um grande falatório: desvario dos modernistas planejar uma cidade para 15 mil habitantes, quando a antiga capital, dois séculos depois de fundada, contava com apenas 9 mil moradores. Topografia, zoneamento e sistema de tráfego são os aspectos que norteiam o arrojado projeto. Destaque para a Praça Cívica, sede do Centro Administrativo, de onde se irradiam as grandes avenidas. No dia 24 de outubro de 1.933 é lançada a pedra fundamental.

ASPECTOS FÍSICOS DE GOIÂNIA:

Situado na Mesoregião centro goiano e na Microregião de Goiânia, com área de 743 quilômetros quadrados, o município é limitado ao norte pelos municípios de Nerópolis e Goianápolis; ao sul pelo de Aparecida de Goiânia e Aragoiânia; a leste pelo de Bela Vista de Goiás e Senador Canedo; a Oeste, pelos de Trindade, Abadia de Goiás e Goianira.

Situado em região de topografia quase plana, o território surge como degrau de acesso às terras mais elevadas do Brasil Central. O rio Meia Ponte e seus afluentes, entre os quais se destaca o ribeirão João Leite, constituem a rede hidrográfica de Goiânia. Clima mesotérmico e úmido. Temperatura média anual de 21,9° C, devido a influência de altitude. Temperaturas mais baixas ocorrem de maio a agosto, 18,8° a 21.0 C°, meses em que a média das mínimas oscila de 9,8° C a 12,9° C.

Goiânia completou em 24 outubro de 2006, 73 anos, não da sua inauguração, que foi em 20 de novembro de 1.935, mas do lançamento de sua pedra fundamental, que foi em 24 de outubro de 1.933, idealizada por Pedro Ludovico Teixeira.

Planejada para 50 mil habitantes, Goiânia tem hoje uma população de 1.083.396 habitantes, de acordo com os dados do IBGE, com base no Censo realizado em 2000.

BATISMO CULTURAL

O representante o Estado do Piauí viajou 45 dias para aqui chegar. E não se arrependeu. A cidade, que tinha perto de dez mil habitantes recebeu oito mil visitantes para as comemorações do Batismo Cultural, espécie de apresentação de Goiânia ao Brasil. Getúlio Vargas deu força, influindo para que aqui se realizasse o 8º congresso Brasileiro de Educação e a Assembléia Geral dos Conselhos do IBGE. Foram dias de discussões febris e excitantes, com destaque para o lançamento da revista Oeste, que reunia a intelectualidade. Seiscentos visitantes estrangeiros participaram das comemorações. No dia 5 de julho de 1.942 a população despertou com o toque de alvorada, fogos de artifício cortavam os céus da cidade. E, fato inesquecível, inaugurou-se o Teatro Goiânia. No palco, a atriz Eva Todor, interpretando Deus lhe pague. Foi também no Teatro que Pedro Ludovico entregou a chave simbólica da cidade ao Prefeito Venerando de Freitas Borges.
Eram 52 moças, que sempre se apresentavam em trajes de gala. Foram assunto de reportagem da revista "O Cruzeiro" em 1.960. Não era para menos, afinal nasceu em Goiânia a segunda orquestra exclusivamente feminina do mundo. A idéia foi da então professora, hoje pianista internacional, Belkis Spenciéri. Muito aplaudidas, as moças tocaram para Juscelino Kubistscheck, em Minas Gerais. Mas, apesar do entusiasmo, o sonho acabou em três anos. Namorados e maridos ficaram enciumados. Feminismo à parte, a pianista Belkiss, que não é de desistência, reconhece que o repertório era pequeno e nenhum grande talento se destacou. Pioneiras do show biz, elas impressionavam pelo visual.

GOIÂNIA, EIS O NOME

Precisava dar-se nome à Nova Capital. Em outubro de 1.933, o semanário "O Social", havia instituído um curioso concurso a respeito. Leitores de todo o Estado contribuíram, sendo interessante relembrar os nomes mais votados. Eis alguns: Petrônia, Americana, Petrolândia, Goianópolis, Goiânia, Bartolomeu Bueno, Campanha, Eldorado, Anhanguera, Liberdade, Goianésia, Patria Nova, entre outros.

Ninguém todavia, sabia como ia chamar-se a cidade. Só em 2 de agosto de 1.935, Pedro Ludovico Teixeira usou, pela primeira vez, o nome Goiânia, que envolvia Campinas, Hidrolândia e parte dos territórios de Anápolis, Bela Vista e Trindade. O nome de Goiânia é de autoria do Professor Alfredo de Castro.

Os limites geográficos hoje dificilmente podem ser identificados, pois está praticamente emendada com as cidades circunvizinhas, ou de entorno, formando a chamada Grande Goiânia.

HINO DE GOIÂNIA

Música de : João Luciano Curado Fleury
Letra de : Anatole Ramos

Vinde ver a cidade pungente
Que plantaram em pleno sertão
Vinde ver este trono gigante



Construída com esforço de heróis
É um hino ao trabalho e a cultura
E seu brilho, qual luz de mil sóis
Se projeta na vida futura



Capital de Goiás foi eleita
Desde o Berço em que um dia nasce
Pela gente goiana foi feita
Com um povo adotado cresce

Estribilho:

Vinde Ver a Goiânia de agora
A cumprir seu glorioso destino
Brasileiros e gente de fora,
E cantai, vós também, o seu hino.

domingo, 22 de abril de 2007

Propriedades Terapêuticas da Linhaça

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PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS DA LINHAÇA.
Nos últimos anos tem-se publicado uma grande quantidade de informação sobre os efeitos curativos da semente de linhaça moída. Os investigadores do INSTITUTO CIENTÍFICO PARA ESTUDO DA LINHAÇA DO CANADÁ e dos Estados Unidos, têm enfocado sua atenção no rol desta semente na prevenção e cura de numerosas doenças degenerativas. As investigações e a experiência clínica têm demonstrado que o consumo em forma regular de semente de linhaça, previne ou cura as seguintes doenças :
CÂNCER: de mama, de próstata, de cólon, de pulmão, etc., etc. A semente de linhaça contém 27 componentes anti-cancerígenos , um deles é; a LIGNINA. A semente de linhaça contém 100 vezes mais Lignina que os melhores grãos integrais. Nenhum outro vegetal conhecido até agora iguala essas propriedades. Protege e evita a formação de tumores. Só no câncer se recomenda combinar semente de linhaça moída com queijo cottage baixo em calorias.

BAIXA DE PESO: A linhaça moída é excelente para baixa de peso, pois elimina o colesterol em forma rápida. Ajuda a controlar a obesidade e a sensação desnecessária de apetite, por conter grandes quantidades de fibra dietética, tem cinco vezes mais fibra que a aveia. Se você deseja baixar de peso, tome uma colher a mais pelas tardes.
SISTEMA DIGESTIVO: Prevêem ou cura o câncer de cólon. Ideal para artrite, prisão de ventre, acidez estomacal. Lubrifica e regenera a flora intestinal. Expulsão de gases gástricos. É um laxante por excelência. Previne os divertículos nas paredes do intestino. Elimina toxinas e contaminadores. A linhaça contém em grandes quantidades dos dois tipos de fibras dietéticas solúvel e insolúvel. Contém mais fibra que a maioria dos grãos.
SISTEMA NERVOSO: É um tratamento para a > pressão. As pessoas que consomem linhaça sentem uma grande diminuição da tensão nervosa e uma sensação de calma. Ideal para pessoas que trabalham sob pressão. Melhora as funções mentais dos anciãos, melhora os problemas de conduta (esquizofrenia). A linhaça é uma dose de energia para teu cérebro, porque contém os nutrientes que reduzem mais urotransmisores (reanimações naturais) .

SISTEMA IMUNOLÓGICO: A linhaça alivia alergias, é efetiva para o LUPUS. A semente de linhaça por conter os azeites essenciais Omega 3, 6, 9 e um grande conteúdo de nutrientes que requeremos constantemente, faz com que nosso organismo fique menos doente, por oferecer uma grande resistência às doenças. Contém grandes quantidades de rejuvenescedor, pois retém o envelhecimento. A linhaça é útil para o tratamento da anemia.

SISTEMA CARDIOVASCULAR: É ideal para tratar a arteriosclerose, elimina o colesterol aderido nas artérias, esclerose múltipla, trombose coronária, alta pressão arterial , arritmia cardíaca, incrementa as plaquetas na prevenção da formação de coágulos sanguíneos. É excelente para regular o colesterol ruim . O uso regular de linhaça diminui o risco de padecer de doenças cardiovasculares. Uma das características ÚNICAS da linhaça é que contém uma substância chamada taglandina, a qual regula a pressão do sangue e a função arterial e exerce um importante papel no metabolismo de cálcio e energia. O Dr. J H. Vane, ganhou o prêmio Nobel de medicina em 1962 por descobrir o metabolismo dos azeites essenciais Omega 3 e 6 na prevenção de problemas cardíacos.

DOENÇAS INFLAMATÓRIAS: O consumo de linhaça diminui as condições inflamatórias de todo tipo. Refere-se a todas aquelas doenças terminadas em "TITE", tais como: gastrite, hepatite , artrite, colite, amidalite, meningite , etc.

RETENÇÃO DE LÍQUIDOS: O consumo regular de linhaça ajuda aos rins a excretar água e sódio. A retenção de água (Edema) acompanha sempre a inflamação de tornozelos, alguma forma de obesidade, síndrome pré-menstrual, todas as etapas do câncer e as doenças cardiovasculares.

CONDIÇÕES DA PELE E CABELO: Com o consumo regular de sementes de linhaça você notará como sua pele volta-se mais suave . É útil para a pele seca e pele sensível aos raios do sol. É ideal para problemas na pele, tais como: psoríase e eczema . Recomenda-se também como máscara facial para uma limpeza profunda do cútis. Ajuda na eliminação do pano branco, manchas, acne, espinhas, etc. É excelente para a calvície . Também é útil no tratamento da caspa . Use-a como geléia para fixar e NUTRIR teu cabelo. Não use vaselinas que danificam teu coro cabeludo e teu cabelo.

DIABETE: O consumo regular de linhaça favorece o controle dos níveis de açúcar no sangue. Esta é uma excelente notícia para os insulino-dependentes.

VITALIDADE FÍSICA: Um dos mais notáveis indicativos de melhora devido ao consumo de linhaça é o incremento progressivo na vitalidade e na energia. A linhaça aumenta o coeficiente metabólico e a eficácia na produção de energia celular . Os músculos se recuperam da fadiga do exercício.

MODO DE USAR: Duas colheres de sopa por dia, batidas no liquidificador, se mistura em um copo de suco de fruta, ou sobre a fruta, ou com a aveia, ou iogurte no café da manhã ou no almoço. Podem tomar pessoas de todas as idades (crianças, adolescentes e anciãos). Inclusive mulheres grávidas .


sexta-feira, 13 de abril de 2007

SÓ UMA MULHER SABE O QUE É....

Passar a vida inteira lutando contra seu próprio cabelo;


Comprar uma blusa que não combina com nada, mas que pelo preço estava irresistivel;


Saber de memória quem se casou, quem se separou e quem deixou a carreira;


Ter uma bolsa que parece a necessaire da avó do 007, de tantas coisas acumuladas e incríveis que existem dentro dela.
 


Falar de intimidades que os homens nem sequer imaginam;


Ser tratada como uma IDIOTA pelos mecânicos de uma oficina e ainda por cima ser obrigada a ouvir a célebre frase:
”Mulher no volante, perigo constante!”.


 

Fingir naturalidade durante um exame ginecológico...


Ai! Socorro!


O poder de um jeans e o de uma blusa de lycra, para sustentar a estrutura do corpo;


Ter crises conjugais, crises existenciais, crises de identidade...crises de nervos!


Lavar a calcinha no chuveiro e depois pendurá-la no toalheiro para horror do sexo masculino;


Comer uma caixa inteira de bombons porque brigou com o noivo e depois se sentir destruida porque saiu da dieta;


Depilar as pernas a cada 15 dias!


Como se sente percebendo as meias se rasgando na entrada de uma festa;


Sentir-se pronta para conquistar o mundo quando está usando um batom novo;


Sentir-se realmente infeliz porque não tem uma roupa linda para sair... (embora tenha o armário repleto!).


Descobrir que sua relação e o mundo se acabou...
E depois descobrir que não era nada mais que a síndrome pre-menstrual;


Dançar, cantar e caminhar no sétimo céu, só porque "ele“ ligou dizendo:
EU TE AMO!


Brigar...Só para depois fazer as pazes;


Ficar esperando o marido na cama, quando ele está lendo sua revista esportiva;


O milagroso poder curativo de um beijo, um gesto e uma palavra doce;


Chorar, extasiada de felicidade e... rir, tomada de fúria;


Ser santa, filósofa, mestra, médica, psicóloga, redentora, administradora, cozinheira, organizadora e juíza, antes de começar a pensar nela mesma.


 

Enfim, só uma mulher sabe o que é ... ser mulher!!!